Tudo bem? Espero que sim!
Antes de contar essa regra, quero dividir com você uma história rápida que a ilustra.
Esses dias na consultoria em que trabalho fizemos uma reunião do setor. Lá pelas tantas, me dirigindo aos consultores mais novos, fiz um pedido mais ou menos assim:
– Vocês precisam estudar e se dedicar para chegar ao ponto de achar os erros no que eu e os consultores mais antigos escrevemos e falamos aqui dentro. Nós, mais antigos, precisamos que vocês tenham conhecimento para confrontar as nossas interpretações… nem que seja para chegar à conclusão de que era isso mesmo.
Por trás desse pedido, está minha regra de ouro: ninguém sabe tudo. Eu, pelo menos, tenho essa certeza e a repito todos os dias pra mim mesmo. Eu nunca sei tudo. No início de cada curso meu uso uma frase mais bonitinha, atribuída a Sócrates, mas que vai na mesma linha: Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.
Tem pessoas que levam a mesmice numa boa, que convivem bem com fazer as coisas mais ou menos. Eu não sei ser assim, seja isso bom ou ruim, e quando me descobri nessa profissão, não foi diferente. Mergulhei de cabeça para entender essa tal contabilidade.
No início da minha vida contábil, quando comecei a entender um pouco mais do que o basicão, confesso que batia uma presunção de achar que já sabia tudo que precisava. Mas aí eu olhava ao redor, para as pessoas que estavam anos luz à minha frente, que eu tanto admirava (e admiro) e elas tinham a serenidade de confessar que não sabiam tudo… quem seria eu pra saber, então?
Foi aí que caiu a ficha. Eu não sei tudo. Sempre tem algo mais a conhecer, a se aprofundar. Sempre há cenários nunca vistos, particularidades as quais nunca imaginei. Então todo dia se pode ler mais, estudar mais, aprender mais, trocar figurinhas, ensinar alguém próximo e, com isso, aprender ainda mais. Sem fórmula mágica ou musiquinha de vídeo motivacional…pura e simples dedicação diária. A excelência é forjada assim, calejando, aprimorando um pouco todos os dias.
Por outro lado, se ninguém sabe tudo, precisamos ir nas origens, questionar tudo e verificar as procedências. Não acredite no que um consultor ou um palestrante diz pra você (palavra de um consultor e palestrante hehehe). Digo isso porque a letra da lei normalmente não é preto no branco, há muitas lacunas preenchidas por interpretação, doutrina, analogia… e aí entra novamente essa regra nº 1. Eu não sei tudo, você não sabe tudo, mas nosso interlocutor também não. Talvez a pessoa que nos fala tenha mais anos de profissão ou de vida, mas isso não significa nada. Será que você e eu não podemos ter interpretado melhor? Ou quem sabe tivemos uma sacada com um ponto de vista que aquelas pessoas mais experientes nunca tiveram.. ora, ninguém sabe tudo!
Isso me leva a outra dica que quero compartilhar com você, que é sobre sempre voltar ao básico, ao fundamental, para avançar nas matérias contábeis, societárias e tributárias. Mas isso é papo para um próximo texto.
Forte abraço, bons estudos e uma ótima semana!
Eu nada sei mas, quero saber o que nada sei.